Primeiro importante esclarecer a qual conceito de pobreza estou me referindo. Mais de 60% da população de 1 bilhão de pessoas extremamente pobres vivem em apenas cinco países. Líderes de mais de 150 países, incluindo o Brasil, se comprometeram a adotar 17 compromissos para acabar com a extrema pobreza, entre outros objetivos até 2030.
As consequências da desigualdade e pobreza são muitas e a despeito que tenhamos críticas sobre se o Brasil avançou precisamos nos declinar e aceitar que sim. O Brasil havia se comprometido com a implementação dos objetivos do milênio da ONU que previa reduzir a fome e a desigualdade até 2015. Isso pode ser visto na base IBGE por meio do IDHM.
Segundo o Human Development Report (HDR de 1997, p 25), pobreza é a negação das oportunidades de escolha dos itens essenciais para o desenvolvimento humano, tais como: ter uma vida longa, saudável e criativa, um padrão adequado de liberdade, auto-estima, e gozar de respeito por parte de seus pares. Nesta concepção o Human Development Report de 1997 apresenta a seguinte definição: Pobreza significa a negação de oportunidades de escolhas mais elementares do desenvolvimento humano.
Para o Banco Mundial, na página 31 do seu Relatório do ano de 2000, a pobreza acontece devido a:
a) falta de renda e de recursos para atender necessidades básicas: alimentos, habitação, vestuário e níveis aceitáveis de saúde e educação.
b) falta de voz e de poder nas instituições estatais e na sociedade.
c) vulnerabilidade a choques adersos, combinada com uma incapacidade de enfrentá-los.
Amartya Sen (2010), advoga que uma renda inadequada é, com efeito, uma forte condição de uma vida pobre. Em ensaios sobre a economia maranhense José Lemos (2014) enfatiza que a pobreza e a exclusão social caminham juntas inferindo que a segunda é conceito mais amplo do que a pobreza.
Sob esses pontos de vista, concordamos com Andrade Filho (2007) quanto a abordagem na dimensão da sustentabilidade social, em que se faz necessário desenvolvimento que distribua a renda e reduza as diferenças sociais.
É papel primordial das instituições e governos a busca da equidade e sustentabilidade socioambiental, empoderando as pessoas e as incluindo nas decisões da sociedade. Assim, eles serão protagonistas e poderão libertar-se do status quo de dependência, e reivindicarão não somente seus direitos e necessidades, mas a construção de um mundo melhor para todos.
Francisco Evaldo Araújo
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